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"Terceira Guerra, O Conflito Mundial" transporta os leitores para um futuro distópico assolado pela escassez de água e recursos naturais. Neste cenário caótico, o Brasil tornou-se o último reduto de riquezas naturais, com abundantes reservas hídricas e solo fértil. A disputa por esse território se intensifica, dividindo a sociedade entre os brancos privilegiados e os pobres que trabalham meramente por comida e água. No meio dessa turbulência, os jovens Eric e Tayli encontram conforto e amor um no outro, enquanto enfrentam as duras realidades impostas pela guerra iminente.

Eric, um jovem de família rica, é convocado para lutar e defender o território brasileiro dos invasores desesperados por água. Determinado a proteger sua pátria e reencontrar sua amada, ele se envolve em batalhas cruéis e precisa confrontar os horrores do conflito. Enquanto isso, Tayli, uma jovem corajosa, aguarda ansiosamente o retorno de seu amado, enfrentando sua própria luta diária pela sobrevivência e lutando contra as adversidades impostas pela guerra.

 

O Mundo das Guerras 

"Terceira Guerra, O Conflito Mundial" é uma obra emocionante que retrata a luta pela sobrevivência e o poder do amor em meio ao caos. Com uma narrativa intensa e personagens cativantes, o livro mergulha o leitor em um mundo devastado, explorando temas como desigualdade, sacrifício e esperança. Enquanto a guerra ameaça consumir tudo o que resta da humanidade, Eric e Tayli enfrentam desafios inimagináveis, provando que o amor pode ser a força que mantém a chama da esperança acesa, mesmo nos tempos mais sombrios.

O mundo das guerras Em meados do século 23 d.C. o planeta Terra passava por um momento acredito que jamais imaginado por meus ancestrais nos tempos mais remotos. A Quarta Guerra Mundial assolava o mundo. Guerra essa causada pela escassez da água potável no planeta. Toda América do Sul reuniu-se em um só exército para lutar contra o resto do mundo na defesa de seus rios que eram a maior e única reserva de água potável que restara, principalmente em defesa do pouco que sobrara da Amazônia.

Todos queriam tomar posse, não havia acordo. E também algo que marcara a história da humanidade por muitos séculos retornara ao mundo: a escravidão. Os negros se tornando maioria no mundo dominaram todos os governos e os povos, vindo a serem assim autoridades supremas.

Somente os negros ricos ou negros pobres eram considerados cidadãos com todos os direitos civis e humanos. As demais raças e povos só eram considerados cidadãos se pagassem por essa cidadania. Os que não podiam pagar eram considerados escravos, sendo dessa maneira forçados a trabalhar apenas em troca de comida, isso para não morrerem. Muitos escravos trabalhavam em indústrias ou em serviços do governo.

Muitos pra viverem bem entre os ricos se vendiam a eles definitivamente e se tornavam escravos permanentes. Tanto os ricos quanto os pobres que pagavam por sua cidadania eram chamados de Brancos-Cidadãos, não importando qual fosse sua raça. E por lei os Brancos-Cidadãos usavam em seu pescoço um tipo de gargantilha prateada com um número de identificação discretamente gravado na borda inferior de trás. É claro que os ricos podiam pagar por sua cidadania definitiva, já os pobres que podiam pagavam por ela até o fim de suas vidas.

O uso da gargantilha era obrigatório a todos os Brancos-Cidadãos ao saírem nas ruas e emlugares públicos. Os escravos e os Brancos-Cidadãos pobres, fossem eles homens, mulheres, moças ou rapazes eram convocados para lutar nessa guerra que acontecia nas fronteiras da América do Sul e ao redor da Amazônia. A polícia vinha buscar-lhes na porta de casa.

Na cidade de São Paulo havia um esconderijo para aqueles que fugiam da convocação para a guerra, jamais imaginado pela polícia. Nas ruínas das antigas estações de metrô centenas de pessoas viviam escondidas. Um pobre Branco-Cidadão descobrira a entrada e a partir de então com a ajuda de policiais negros com o coração bondoso ele escondia ali muitas outras pessoas. Grandes ônibus que sobrevoavam o solo movidos a hidrogênio eram o transporte coletivo dessa época. As ruínas da antiga estação Paraíso era a mais procurada pelos refugiados dessa grande guerra. Todos achavam um absurdo a vida que levavam e acreditavam que os ricos também deveriam ser convocados pra lutar, afinal, para defender o que também era de seu interesse. Mas os ricos mal se importavam com a guerra ou com os escravos, vivendo em seus altos prédios sofisticados aquele era o seu mundo! É muito difícil de acreditar que o ser humano tenha chegado a esse ponto, mas havia pessoas que trabalhavam nas grandes fábricas de refrigerante apenas em troca de algumas garrafas de coca-cola. Talvez quem presenciasse esse acontecimento concluiria que eles precisavam disso para matar a sua sede sendo que quase não tinham acesso à água, afinal eram escravos. Mas jovens ricos também se aventuravam a trabalhar nas fábricas apenas pelo prazer de alimentar seu vício no refrigerante.

– Ah! Como estou cansado, pai! Mas em compensação hoje ganhei dez latas de coca-cola. Vou tomar cinco latas antes de dormir– exclamou o jovem Eric.

Eric era um jovem rico Branco-Cidadão que morava no maior e mais sofisticado prédio de São Paulo. Obviamente ele não precisava se submeter a tal humilhação, colocar-se em nível dos escravos era algo nada bem visto, tampouco aceitável pela maioria dos ricos da época. Tal comportamento desses jovens era no mínimo muito estranho. Seu pai, um burguês aposentado, era totalmente contra essa atitude do filho e dizia sempre:

– Meu filho, não suporto essa sua insanidade, você não precisa trabalhar naquela fábrica entre os escravos só pra ter o refrigerante, somos ricos! Podemos comprar quantas latas de coca-cola quiser. Sim, são muito caras, mas ainda podemos comprá-las! Sua atitude não é bem vista entre os moradores do edifício, muito menos diante dos meus amigos e de nossa família. Eric não se importava com as palavras do pai e sempre argumentava:

– Sei disso, pai! Mas sinto prazer em trabalhar e no fim do dia ganhar essas latinhas de refrigerante e bebê-las com muito gosto. Até porque a vida aqui nos prédios é muito monótona. Sempre penso em viajar, conhecer lugares novos, mas ainda não renovaram os painéis polidimensionais do nosso edifício!

Os painéis polidimensionais eram cabines nas quais os ricos entravam e contemplavam virtualmente lindas paisagens e lugares antigos nos quais tinham a real sensação de estarem presentes. Esse era o novo conceito de viagem no século XXIII d.C. Inclusive nessa época o que um dia meus mais distantes ancestrais chamaram de televisão se tornara apenas um chip holográfico transmitindo as notícias e imagens dessa maneira. Acredito que os litorais submersos e os pobres e escravos vivendo em barracos amontoados no alto dos morros jamais fora novidade, pois meus antepassados mais recentes já viviam nessa condição. Mas nem tudo é desvantagem na vida. Pois foi na fábrica de refrigerante que Eric conheceu a jovem Branca-Cidadã pobre Tayli! Ela morava emDiadema, mas não em uma favela, ela morava em uma das poucas ruas de terra que restara, sua casa era de um modelo muito antigo; do tempo em que as portas ainda tinham maçanetas para abri-las, era uma casa de alvenaria. Em sua casa sua família ainda usava para receber notícias sobre o mundo uma antiga televisão digital de plasma. Televisões assim havia aos montes empilhadas nos lixões.

A maioria dos pobres e escravos pegavam-nas do lixão e as consertavam para usá-las e ter notícias sobre o que acontecia no planeta. O pai de Tayli era negro e sua mãe era branca. A cidadania de Tayli era paga por seu pai, funcionário do governo.

 

Jamila Mafra 

Mafra Editions e Jamila Mafra
Enviado por Mafra Editions em 24/08/2023
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