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Textos

Não sabes, virgem mimosa,
Quanto sinto dentro d'alma
Quando sorris tão formosa
Sorriso que traz-me a calma:
Brando sorriso d'amores
Que se desliza entre as flores
De teus lábios tão formosos;
Doce sorriso que afaga
Do peito a profunda chaga
De tormentos dolorosos.

Quando o diviso amoroso
Por sobre as rosas vivaces
Torno-me louco, ansioso,
Desejo beijar-te as faces;

Corro a ti... porém tu coras
Logo súbito descoras
Arrependida talvez...
Na meiga face t'imprimo
Doce beijo, doce mimo
Da paixão que tu bem vês

Eu gosto, meiga donzela,
De ver-te sorrindo assim
Semelhas divina estrela
Que brilhas só para mim:
És como uma linda rosa
Desabrochando mimosa
Ao respiro da manhã:
És como serena brisa
Que no vale se desliza,
Seu mais terno e doce afã.

O brando favônio ameno;
Da fonte o gemer sentido,
Da lua o brilho sereno
Sobre um lago refletido
Não tem mais doces encantos
Que, sobre os puníceos mantos
Dos lábios teus um sorriso.

Sorriso que amor me fala
Como d'alva o encanto, a gala
Quando serena a diviso.

Sorri, sorri, que teu sorriso brando
       Minhas penas acalma;
É como a doce esp'rança realizada
       Que as ânsias desvanece!

E se queres em troca dum sorriso
       Uma prova de amor
Vem para perto de mim m' escuta ao peito
       Na face um beijo toma...

Machado de Assis
Enviado por Mafra Editions em 18/10/2023
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